terça-feira, 25 de setembro de 2012

O mendigo

   Certa ocasião, quando morava na cidade de Lages, em Santa Catarina, depois de um grande vendaval sofri um acidente ao tentar consertar o telhado. Quebrei o colo do fêmur além de tê-lo partido em diversos lugares. Do hospital da cidade fui transferido para a cidade de Rio do Sul, onde os recurssos eram melhores.
   Fui submetido a uma cirurgia e em poucos dias tive alta com a recomendação de voltar com certa regularidade ao mesmo hospital para os devidos curativos. Assim fiz, com frequência me deslocava via ônibus para a cidade vizinha.
   Numa dessas viagens, já liberado eu me encontrava na estação rodoviária esperando o ônibus que me levaria de volta. De muletas fiquei em pé diante das cadeiras reservadas a quem aguardava seu horário de partida. Muitas pessôas sentadas esperando e algumas até me ofereceram lugar que não aceitei pois minha perna não dobrava e era mais confortável permanecer em pé.
   A certa altura um mendigo se arpoxima e com um bafo de "pinga" me pede uma esmola. Olhei fixamente para êle com cara de mau e disse:
   - Se manda daqui homem! Saiba que êsse ponto de mendicância é meu, tenho registro na prefeitura e vc está invadindo. Só eu posso pedir esmola nêsse local, se não sair vou chamar a polícia!
   Êle me olhou muito espantado mas, percebendo meu tom de voz e minha cara de mau, saiu imediatamente dali. De início não percebi nada, até que olhando para as pessôas sentadas notei um olhar que nem saberia definir, um pouco de espanto, de quem não entendeu nada...
Só então percebi que eu não falara apenas para o mendigo, tôdos os presentes ouviram.  Comecei a rir. Tôdos então compreenderam que se tratava de um trote e começaram também a rir.
   Não faço idéia do que aconteceu ao mendigo, talvez tenha ido até a prefeitura da cidade reivindicar seu próprio ponto para esmolar.

sábado, 15 de setembro de 2012

Meu bichinho

   Quero apresentar aos visitantes o meu bichinho de estimação, a "cotinha" , a mais abusada das muitas galinzés que minha espôsa tem e adora!

Diabetes

   Como faço habitualmente, já que sou diabético, peguei meu aparêlho para medir a taxa de glicosa e não foi surprêsa ver que estava bem abaixo do que costumava estar normalmente, quase sempre acima e as vezes muito acima de 300. Percebi então que um amigo seria em parte responsável por isso. Há algum tempo, quando viemos morar aqui na "Chácara Esperança", na cidade de Passos, um vizinho e amigo, ao me ver medindo essa taxa perguntou?
   - Jotatonho, o amigo nunca experimentou tomar o chá da folha da graviola?
    - Não, respondi. Aliás, nem sei o que é graviola.
   - Saiba que tamém eu tenho diabetes e ela está sendo melhor controlada com êsse chá. Assim que puder trarei algumas fôlhas para que experimente.
   Agradeci e fiquei pensando, será mesmo? Alguns dias depois êle realmente apareceu com uma sacola cheia com as fôlhas. Relutantemente, pedi à minha espôsa que fizesse um pouco de chá. Ela fêz, colocou numa garrafa e comecei a tomar a cada vez que sentia sêde, já que não tinha gôsto de nada, apenas se notava que seria um chá pela côr que apresentava. Resultado: acabei diminuindo o consumo dos comprimidos que o médico receitara e mesmo assim, notei uma melhora considerável na taxa de açúcar no sangue.
   Dêsde então venho tomando regularmente êsse chá e notado que a taxa de glicose está muito bem controlada e sendo assim, me senti na obrigação de partilhar essa informação com quem visita meu blog. Para maiores informações meu email é: jotatonho@hotmail.com
Obrigado.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O urubú

   Eu tinha apenas 9 anos de idade mas, jamais esquecerei aquela manhã de domingo.
Meu pai era um apaixonado por caçadas. Naquela época não haviam muitas restrições quanto a isso e, frequentemente ele ficava tôdo um final de semana no mato, atrás de algum animal que pudesse ser colocado na panela. Normalmente eu o via chegar com tatus e coelhos amarrados nas suas costas.
   Nêsse mal fadado final de semana, como minha mãe havia ido visitar uma irmã que morava um pouco longe, ficamos sòzinhos, meu pai e eu. Já no sabado ele começou a se aproveitar da ausência de mamãe e tomou alguns goles a mais. No domingo, logo cêdo, recomeçou, "para curar a ressaca", dizia. Quando sai da cama o encontrei sentado na calçada dos fundos de nossa casa que estava situada sôbre uma pequena elevação cujo declive, com mais ou menos duzentos metros de extenção, terminava às margens do rio araranguá, onde haviam alguns coqueiros.
 - Tonho! Vá buscar a "surda" - Disse êle.
 - Já vou pai - Respondi, pois naquêle tempo  a gente obedecia sem protestos, embora eu  tivesse muito  mêdo da "surda"
   "Surda" era o nome da velha espingardinha de um só disparo que usava uma balinha calibre .22
 - Filho, "tá" vendo aquêle urubú no galho daquele coqueiro lá embaixo?
 - Claro pai! respondi.
 - Então vai lá busca-lo, hoje teremos um bicho prêto no almôço! - Disse e disparou... e acertou!!
Como um menino obediente e, já que estava me divertindo, arrangei um saco de estôpa, pois não sentia vontade nenhuma de andar com u urubú debaixo do braço, e fui.
   Após vários minutos voltei cansado. O biche era pesado!
nêsse interim, êle já havia colocado um chaleira de água para ferver e preparado uma gamela para limpar a ave e uma grande panela de ferro para cozinha-la.Comecei a observar enquanto ele tentava tirar as penas que teimavam em não querer sair e, liberavam umas coisinhas prêtas, que pareciam bichinhos. Parei de olhar quendo resolveu arrancar o couro e mostrar aquela carne cheia de músculos e tendões.
   Enquanto ele se ocupava do copo de do animal eu fui brincar. Após algumas horas, nem lembro quantas, êle me chamou para almoçar. Só tinha um pouco de arroz do dia anterior, uma salada de alface e aquela carne estranha, quase sem tempêro. Almoço horroroso para uma criança. Mas a fome era grande e resolvi tentar uma coxa. Para mim, o único pedaço que se pareceu com carne de galinha.
Que carne dura! Nem eu nem papai conseguimos comer aquela carne. O velho resolveu jogar tudo fora  e eu fui procurar pão no armário. Meu pai continuou com seu copo e a ouvir suas músicas preferidas no velho rádio enquanto eu fui brincar com meus amiguinhos no outro lado da rua.
   O que não sabiamos era que o visinho havia visto tudo o que fizemos sem dizer uma palavra para nós, mas contando tudo para minha mãe, quando ela voltou no dia seguinte. Sei que no outro dia, mamãe jogou várias panelas, prátos e talheres para o fundo do rio e ambos tivemos que ouvir um baita sermão, embora eu tentasse dizer que não tinha culpa de nada.   

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

   Hoje moro na cidade de Passos, no estado de Minas Gerais, numa pequena chácara com minha espôsa Lidia. Aqui encontramos um pouco do sossêgo que procurávamos. Temos nossos animais de esimação: o Willie e o zéca, um cãozinho poodle muito barulhento e um legítimo Tbl (tomba lata) que não consegue deixar a casa arrumada, principalmente se encontra algum calçado, tapête ou qualquer coisa que possa arranhar, mastigar e destruir ao seu alcance.
   Temos nossa criação de galinhas, motivo de discussão permanente entre minha espôsa e eu. Ela adora galinzés e eu quero galinhas para o meu suprimento de ovos e um caldinho vez em quando. Já a galinzé é praticamente penas e ossos. (rs)
   E já que falamos em penas, Na próxima postagem, falarei do dia em que experimentamos a carne de urubú.
  Obrigado!
   Nasci nos idos de 1947 numa pequena cidade chamada Araranguá, localizada ao sul do estado de Santa Catarina. Uma cidade pacata onde, práticamente tôdos se conheciam. Quase todos da minha familia moravam perto uns dos outros.
   Meu pai era conhecido como "Zé Laurindo" e, minha mãe que se chamava Elzy, era mais conhecida como "Dona Ziza"
  Éramos uma familia feliz: Meu pai, minha mãe e meus irmãos, John àlvaro, um caminhoneiro como eu mas que faleceu cedo depois de um acidente na estrada.  Jane Arlete, que por erro do cartório acabou ficando como Janirlete e hoje  é pastora de uma dessas igrejas que proliferam por ai. Havia a Janete que faleceu muito cedo e, finalmente minha maninha Jaqueline. Meu pai, um mecânico de automóveis muito chegado a um copo, foi protagonista de diversos "causos", como no dia em que experimentamos carne de urubú.
   Ou quando foi surpreendido pela resposta que recebeu de um menininho de apenas nove anos de idade. Ou ainda com a bronca que recebeu de um motoqueiro furioso com a própria moto que não queria pegar. Acho que estou me alongando demais, vou falar dessas coisas na continuação do blog.
   Obrigado a tôdos que me visitam.